O ambiente já tenso nos bastidores do Corinthians ficou ainda mais delicado após o indiciamento do presidente Augusto Melo no caso VaideBet. A repercussão das investigações chegou aos patrocinadores, que passaram a questionar sua permanência no clube e não querem mais associar suas marcas diretamente ao dirigente, pelo menos enquanto a situação não for esclarecida.
Segundo a CNN Brasil, parte dos patrocinadores entrou em contato com o clube pedindo que seus logotipos não aparecessem no fundo da coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (24), no Parque São Jorge, na qual Augusto Melo comentou sobre o processo. As empresas alegam cláusulas contratuais que proíbem qualquer associação a investigações de corrupção ou escândalos similares. A exposição, segundo eles, comprometeria a imagem das marcas.
Augusto Melo, por sua vez, alega que não possui envolvimento algum com o suposto esquema envolvendo a VaideBet.
“Pedi a convocação dessa coletiva justamente para mostrar nossa indignação sobre o que foi relatado ontem, sobre esse parecer, da forma que foi anunciado. E dizer, que estou muito tranquilo, que sou inocente. Estou indignado com essa situação, mesmo porque a gente vem provando isso ao longo do tempo. Fiquei muito tranquilo, procurei explicar, mostrar que a minha vida tem trajetória de caráter, de necessidade, quem me conhece sabe. Uma vida de mais de 40 anos dentro de um escudo, todos me conhecem, nunca tive envolvimento, nunca tive problema com ninguém. Foi para mim surpresa esse parecer, essa combinação. Essa coletiva vai explicar qualquer dúvida que vocês possam ter, como vão proceder daqui para frente”, afirmou Augusto Melo na entrevista coletiva.
O caso gira em torno de um contrato com a empresa de apostas VaideBet. O processo alega que o Corinthians teria desviado cerca de R$ 1 milhão dos repasses da patrocinadora para uma conta laranja ligada ao PCC. Além de Augusto Melo, outros nomes ligados ao clube também foram indiciados, como Marcelo Mariano (ex-diretor administrativo), Sérgio Moura (ex-superintendente de marketing) e o empresário Alex “Cassundé” André.
A crise chega num momento delicado, tanto esportiva quanto financeiramente. O Corinthians depende dos patrocínios para manter suas contas em dia e já vinha enfrentando pressão da torcida e do Conselho Deliberativo. A votação do processo de impeachment de Augusto Melo, que havia sido adiada, deve ser retomada já na próxima segunda-feira (26), aumentando a tensão política no Parque São Jorge.