Samir Xaud foi oficialmente empossado neste domingo (25) como presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), após ser eleito sem concorrência, com apoio de quase todas as federações estaduais. Em seu discurso de posse, o novo cartola delineou quatro metas principais para a sua gestão até 2029: profissionalizar a arbitragem, fortalecer o futebol feminino, promover uma abordagem equitativa para todas as regiões do país e aprimorar a gestão interna da CBF.

“Para mim, o futebol não é apenas a bola. É uma ferramenta de dignidade, de futuro, de pertencimento. Acima de tudo, a CBF precisa de estabilidade para trabalhar no que mais importa: o desenvolvimento do futebol brasileiro. Vamos tratar de questões que já são urgentes, como a profissionalização da arbitragem, o desenvolvimento do futebol feminino, uma abordagem equitativa para todas as regiões do país e a gestão de pessoas dentro da CBF”, destacou Samir Xaud.

Para melhorar a arbitragem, Xaud propôs a inclusão de dois representantes indicados pelos clubes como observadores permanentes na Comissão Nacional de Arbitragem, visando maior transparência e confiança nas decisões dos árbitros.  

No que diz respeito ao futebol feminino, o novo presidente destacou a importância de aumentar investimentos, ampliar e valorizar as competições, especialmente com a proximidade da Copa do Mundo de 2027, que será sediada no Brasil.  

Xaud também enfatizou a necessidade de uma abordagem equitativa para todas as regiões do país, buscando fortalecer o futebol em áreas menos desenvolvidas, como no Norte, e garantir que talentos de todas as partes do Brasil tenham oportunidades iguais.

Por fim, o presidente ressaltou a importância de uma gestão interna eficiente e transparente na CBF, comprometendo-se a promover mudanças que assegurem uma administração mais moderna e alinhada com as melhores práticas de governança.

Samir Xaud foi eleito em meio à polêmicas entre clubes

A eleição de Samir Xaud aconteceu após a saída de Ednaldo Rodrigues, afastado da CBF por decisão judicial. Médico e presidente da federação de Roraima, o novo mandatário da entidade recebeu 103 dos 108 votos possíveis e assume o cargo em meio a críticas sobre a falta de representatividade no processo. 

Apesar da confirmação tranquila de Xaud no cargo, o cenário esteve longe da unanimidade. Vinte clubes das Séries A e B decidiram não comparecer ao pleito como forma de protesto contra o modelo atual da eleição, que concentra o peso maior nas mãos das federações estaduais.

A eleição reforça o distanciamento entre os clubes e a CBF. Muitos dirigentes reclamam da falta de voz no processo e pedem uma revisão no sistema de votação, que dá às federações estaduais 81 dos 141 votos, deixando os principais times do país em minoria.

Mesmo sob críticas, Xaud chega ao cargo prometendo diálogo e mudanças. Sua missão agora será provar que consegue equilibrar os interesses de clubes, federações e torcedores, e recuperar a confiança em uma entidade que vive tempos de questionamento e cobrança.