O clima de crise se instalou de vez no Avaí Futebol Clube, transformando o gramado da Ressacada em um palco de protestos. Na tarde de terça-feira (11), o elenco profissional tomou uma atitude drástica e não se apresentou para as atividades antes do duelo contra o Remo. Salários atrasados motivaram a decisão dos jogadores.
Vale ressaltar que a insatisfação dos atletas não é recente. Ela vem se arrastando por longos e desgastantes meses. Nem a reunião marcada com a diretoria foi capaz de evitar a greve iniciada pelos profissionais. Por volta das 11h desta quarta (12), os jogadores abandonaram o estádio.
Atualmente, o Leão vive um momento de transição política. A atual gestão, comandada por Júlio Heerdt, vive seus últimos dias de mandato. Isso porque as urnas definiram Bernardo Pessi como o novo presidente. Enquanto a posse não acontece, o barco Azurra segue à deriva.
No fim de agosto, antes de confronto com o Amazonas, o grupo adotou uma atitude similar à de agora. Na época, os atletas se recusaram a cumprir o período de concentração e também faltaram a um treinamento. Além dos dois meses de salários atrasados, o clube ainda deve seis meses de direitos de imagem. A premiação pelo título catarinense também não caiu na conta dos campeões.
A crise financeira no Avaí se alastra para o futebol feminino. Após a conquista do Campeonato Catarinense, as jogadoras tentam rescindir seus contratos com a Associação Esportiva Kindermann. Apesar disso, elas podem ter que acionar a Justiça para reivindicar valores e procedimentos médicos pendentes.
Enquanto os atletas se veem obrigados a lutar por seus direitos mais básicos, a comunicação oficial do Avaí permanece em silêncio. O que se vê é um clube prestigiado definhando em meio a uma crise institucional que ameaça seu presente e compromete seriamente seu futuro.