O Cruzeiro enfrenta, nesta quarta-feira (9), às 21h30, pela Copa Sul-Americana, um adversário pouco conhecido do grande público, mas de muita relevância cultural no Equador: o Mushuc Runa. O clube, que foi criado por uma grande cooperativa de crédito para indígenas, nasceu em 2003, e tem como único presidente em sua história Luis Alfonso Chango.
O nome do time significa “Homem Novo”, em quéchua, e sua proposta inicial era clara: um time feito por indígenas, para indígenas. Durante os primeiros anos apenas jogadores de comunidades originárias podiam vestir a camisa do clube.
Com o tempo e o crescimento esportivo, essa regra foi flexibilizada, mas a identidade segue intacta. O clube carrega em seu escudo e uniforme as cores e o tradicional poncho andino, que também é usado em campo pelos atletas após as partidas.
Pela primeira vez em solo brasileiro o Mushuc Runa vem alcançando novos patamares, ano após ano, e tem como objetivo principal ser campeão equatoriano. O clube conta com um centro de treinamentos moderno, além do Estádio Cooperativa Mushuc Runa, que ainda está em processo de finalização.
O confronto contra o Cruzeiro, portanto, é mais do que um desafio esportivo: é a realização de um sonho antigo do clube. Agora, o Mushuc Runa terá a chance de mostrar ao continente não só o seu futebol, mas também uma história de resistência e identidade cultural.
Enquanto o Cruzeiro ocupa a quarta colocação do grupo E, com zero pontos, após ter sido derrotado pelo Unión de Santa Fe, na primeira rodada, o Mushuc Runa é o líder, com três tentos conquistados diante do Palestino, no Equador.