A partida entre Colo-Colo e Fortaleza, pela segunda rodada da Libertadores, terminou de forma trágica nesta quinta-feira (10). O jogo, disputado no Estádio Monumental de Santiago, foi interrompido aos 25 minutos do segundo tempo, quando torcedores do time chileno invadiram o campo. Após cerca de duas horas de paralisação a partida acabou suspensa.
O tumulto aconteceu em razão da morte de dois adolescentes, de 13 e 18 anos, nos arredores do estádio, antes do jogo. Segundo relatos da imprensa chilena, cerca de 100 torcedores tentaram invadir o local sem ingressos, gerando confrontos com a polícia. Durante a confusão, uma cerca caiu e a situação se agravou.
Ainda não há confirmação oficial sobre a causa das mortes. Segundo informações das autoridades e da imprensa local, a principal hipótese é que eles tenham sido atropelados por uma viatura policial, mas também investiga-se a possibilidade de terem sido esmagados por uma avalanche humana durante o tumulto.
Em decorrência da tragédia, Pamela Venegas, chefe de segurança dos estádios do Chile, pediu demissão do cargo. Ela ocupava a função desde 2022. O Ministério Público chileno abriu uma investigação para apurar as circunstâncias das mortes e a possível responsabilidade das forças de segurança no incidente.
A Conmebol ainda não informou oficialmente como será tratada a continuidade da partida. No entanto, de acordo com o Código Disciplinar da entidade, o Colo-Colo corre risco até de ser excluído da Libertadores, caso a Justiça determine que o clube seja culpado pelo acontecimento.
“O clube em questão pode ser desclassificado dos próximos torneios organizados pela Conmebol. A Conmebol tomará futuras medidas conforme corresponda, como a suspensão do clube de qualquer outra competição da Conmebol”, diz o regulamento da Conmebol.
Por meia de nota oficial, o Colo-Colo lamenta o ocorrido e afirma que o Plano Estádio Seguro, que deveria ser seguido pelas autoridades de segurança, falhou.
“Como Club Social y Deportivo Colo-Colo lamentamos e condenamos profundamente os fatos ocorridos na antesala da partida pela Copa Libertadores. Com base nas primeiras informações, os episódios teriam acontecido cerca de uma hora e meia antes do começo do jogo, [razão] pela qual condenamos os responsáveis que tomaram a decisão de que a partida começasse. O ocorrido no dia de hoje (quinta) nos confirma que o Plano Estádio Seguro fracassou, pelo que urge uma nova institucionalidade que dê garantias de segurança e bem-estar aos assistentes”, escreveu o clube.