O Crystal Palace pode acabar fora da próxima edição da Liga Europa, mesmo após uma temporada histórica. O clube inglês, que conquistou a FA Cup com vitória sobre o Manchester City, está no centro de uma situação delicada por causa das regras da UEFA envolvendo donos que controlam mais de um time no continente. No caso, o empresário John Textor — que também comanda o Botafogo, no Brasil — é o elo que pode complicar tudo.
Textor é acionista majoritário do Palace e, ao mesmo tempo, dono do Lyon, da França, que também garantiu vaga na Liga Europa. Segundo o regulamento da UEFA, dois clubes ligados ao mesmo grupo de controle não podem disputar a mesma competição europeia, para evitar conflitos de interesse. Como o Lyon terminou melhor colocado em seu campeonato nacional, teria prioridade caso a entidade precise tomar uma decisão.
O Palace tenta convencer a UEFA de que há independência suficiente entre as gestões dos dois clubes. O argumento principal é que, apesar de ter 43% das ações, Textor possui menos de 25% dos votos no conselho do clube inglês. Além disso, não há compartilhamento de estrutura, funcionários ou qualquer vínculo operacional entre Palace e Lyon.
A situação fica ainda mais complicada porque Textor também tem participação no Brøndby, da Dinamarca, que está classificado para a Liga Conferência. Ou seja, mesmo que o Palace fosse transferido para esse torneio como alternativa, esbarraria no mesmo problema com outro clube da Eagle Football, grupo controlado pelo empresário americano.
Caso a UEFA decida excluir o Palace, o Nottingham Forest herdaria sua vaga na Liga Europa, e o Brighton, que terminou em oitavo na Premier League, ficaria com o lugar na Liga Conferência. O Palace deve apresentar sua defesa nos próximos dias e torce para que a entidade aceite os argumentos de independência entre as gestões.