O julgamento do meia Lucas Paquetá, do West Ham, por suposta manipulação de cartões amarelos para beneficiar apostas esportivas, foi concluído nos últimos dias por uma comissão independente da Football Association (FA). No entanto, o veredito final deve ser anunciado entre quatro a oito semanas, deixando o jogador em uma situação de incerteza quanto ao seu futuro no futebol.

Paquetá enfrenta quatro acusações de ter recebido intencionalmente cartões amarelos em partidas da Premier League entre 2022 e 2023, com o objetivo de influenciar o mercado de apostas, além de duas acusações por não cooperar adequadamente com a investigação da FA. O caso teve início após a identificação de padrões suspeitos de apostas relacionados a advertências recebidas pelo jogador, especialmente provenientes da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, onde o atleta nasceu.

A defesa de Paquetá argumenta que ele não participou de qualquer esquema de manipulação e que as apostas foram realizadas por terceiros sem seu conhecimento. O jogador expressou surpresa e indignação com as acusações, afirmando que colaborou plenamente com a investigação e que lutará para limpar seu nome. O técnico do West Ham, Graham Potter, destacou o impacto emocional que o processo tem causado no atleta, que chegou a chorar em campo após receber um cartão amarelo durante uma partida contra o Tottenham.

“O que vimos foi uma reação de um ser humano. Ele não é perfeito, mas eu amo o Lucas. Ele deu tudo de si em campo. Mesmo em circunstâncias difíceis, ele está fechado conosco. Ele deu tudo de si em campo e está bem”, afirmou Potter.

O caso também teve repercussões no Brasil, onde o tio de Paquetá, Bruno Tolentino, foi implicado em um esquema semelhante envolvendo o jogador Luiz Henrique, atualmente no Zenit. Tolentino é acusado de pagar para que o atacante recebesse cartões amarelos em partidas da La Liga, com o objetivo de lucrar com apostas, e pode enfrentar até seis anos de prisão se condenado.  

Enquanto aguarda a decisão da FA, Paquetá continua sendo jogador do West Ham, mas o seu futuro permanece incerto. Se considerado culpado, o jogador poderá ser banido do futebol profissional, encerrando precocemente uma carreira promissora que já o levou a clubes como Milan e Lyon, além da seleção brasileira.