A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou nesta quinta-feira (02) que o GP de Singapura de Fórmula 1, que acontece no domingo (05), será realizado com um alerta de calor. Essa é a primeira vez que esse tipo de aviso é emitido na categoria.
A decisão veio pela expectativa de que a temperatura possa superar os 31ºC durante a corrida noturna, um nível de calor que pode afetar a saúde e a performance dos pilotos. O alerta oficial, feito com base no Artigo 26.19 do Regulamento Esportivo, obriga todas as equipes a instalar um sistema de resfriamento nos carros.
Além do mais, os pilotos têm duas opções: podem vestir um colete de resfriamento ou carregar um lastro (peso adicional) de 0,5kg no veículo. Assim, mesmo que o piloto decida não usar o colete, a isonomia da competição será mantida.
Pilotos em adaptação ao colete de resfriamento
A ideia inicial da FIA era tornar o colete de resfriamento obrigatório, mas vários pilotos reclamaram do equipamento nos testes deste ano. Com o cockpit já apertado, a rede de pequenos tubos acoplados ao tronco e às costas, por onde um líquido corre para resfriá-los, causou desconforto. Por isso, a peça será opcional apenas nesta temporada, mas se tornará obrigatória em 2026 em situações de calor extremo.
Alguns pilotos, no entanto, já planejam usar o equipamento no domingo. Fernando Alonso, da Aston Martin, afirmou que deve vestir o colete, apesar de ter se sentido menos cômodo no cockpit. Com isso, ele afirmou:
“Acho que é um tema aberto para nós, acredito que o sistema funciona. A camisa em si, com todo o sistema, é um pouco mais grossa e menos cômoda. É um contrapeso: é menos cômoda para conduzir, mas também é um pouco mais fresca. Vamos ver como vai ser no domingo”, disse o bicampeão.
Nico Hulkenberg, da Sauber, também avaliou positivamente a vestimenta. Ele citou o exemplo de Alexander Albon, que usou o colete no GP da Arábia Saudita deste ano e teve um bom desempenho. O alemão disse:
“Depois de Jedá (sede do GP da Arábia Saudita), eu estava acabado após a corrida. Estava quente para caramba. E eu tinha o Alex do meu lado no avião, ele usou aquele negócio e estava inteiro. Então eu disse: da próxima vez eu vou usar aquele negócio”.
Segurança em foco na Fórmula 1 após incidentes no Catar
A ideia de introduzir o sistema de resfriamento surgiu após o mal-estar sofrido pelos pilotos no GP do Catar de 2023. Na ocasião, o americano Logan Sargeant abandonou a corrida com sintomas de desidratação severa e gripe.
Outros pilotos também sentiram o calor extremo: Esteban Ocon revelou ter vomitado no capacete, e Lando Norris e Lance Stroll relataram visão borrada e perda de consciência. O canadense da Aston Martin teve muita dificuldade para sair do carro, e outros pilotos quase desmaiaram no centro médico.
Além do calor, o GP de Singapura deste ano será desafiador por outros motivos, como a alta umidade e as curvas técnicas intercaladas com retas. Há também a possibilidade de chuva no sábado e no domingo, o que pode aumentar ainda mais o drama na pista.