A comunidade da Fórmula 1 utilizou o GP de São Paulo como palco para reforçar seu compromisso com a sustentabilidade às vésperas da COP30, conferência do clima da ONU que Belém do Pará sedia até 21 de novembro. Lewis Hamilton, George Russell e Sebastian Vettel emergiram como vozes ativas na defesa do potencial transformador do automobilismo frente aos desafios ambientais.
Hamilton, fundador da instituição Mission 44, enfatizou a necessidade de ações concretas. Disse ele: “Não dá pra consertar algo de fora, é preciso agir de dentro, ter conversas difíceis”. O heptacampeão há anos se posiciona sobre causas ambientais, incluindo campanhas pela preservação da Amazônia em 2020. Com isso, destacou os avanços tecnológicos da categoria, como biocombustíveis e eletrificação.
Da mesma maneira, George Russell projetou otimismo quanto às inovações em desenvolvimento: “Um dia, todos nós estaremos usando isso em nossos carros, em aviões”. O piloto da Mercedes referia-se aos combustíveis sustentáveis que a F1 adotará a partir de 2026, quando os carros abandonarão de vez os combustíveis fósseis.
Já Sebastian Vettel, aposentado desde 2022 mas presente em Interlagos com o projeto “F1 Forrest”, foi ainda mais enfático. Segundo ele: “A Fórmula 1 é uma festa de combustíveis fósseis que realizamos a cada duas semanas, mas é algo que tem que mudar”. O alemão compartilhou experiências de sua visita à Amazônia e defendeu que cada pessoa, independente de seu “tamanho”, pode causar impacto positivo.
Os posicionamentos surgem enquanto a F1 busca zerar suas emissões de carbono até 2030. Afinal, somente em 2019, a categoria emitiu 256 mil toneladas de CO², com 45% provenientes da logística. O debate sobre o papel do esporte na agenda ambiental divide opiniões, mas encontra nos pilotos principais aliados para transformar a maior categoria do automobilismo em vetor de mudança.