O jogador do Real Madrid, Jude Bellingham, é mais um atleta que utiliza sua voz para além das quatro linhas. Além do mais, Bellingham é o novo embaixador da Laureus, organização que usa o esporte para o desenvolvimento de jovens. Aproveitando o Dia Internacional da Saúde Mental, ele abriu o coração em uma carta sobre o tema e a importância de deixar preconceitos de lado.

Bellingham falou sobre o amadurecimento e a dificuldade de ser vulnerável no meio esportivo. “Sei que houve momentos em que me senti vulnerável, duvidei de mim mesmo e precisei de alguém para conversar. Mas, em vez disso, tentei manter aquela imagem de atleta machista de ‘não preciso de ninguém’. A verdade é que eu preciso, assim como todo mundo. E você se sentirá muito melhor se falar sobre seus sentimentos e emoções”, contou o jogador à Laureus.

Relação de Bellingham com as redes sociais

O meio-campista também compartilhou como aprendeu a lidar com o impacto das críticas e do hate nas redes sociais. Ele admitiu que tinha o mau hábito de procurar saber o que as pessoas diziam sobre ele, mas logo percebeu o potencial tóxico dessa atitude.

“Quando eu era um jovem jogador em Birmingham, costumava digitar meu nome no Twitter e ler tudo o que era dito. Mas mesmo que os comentários fossem positivos, rapidamente decidi: por que deixar que as opiniões de pessoas que não me conhecem validem o que penso sobre mim?”, questionou.

Bellingham reconheceu que, com a tecnologia, há mais maneiras de atacar e fazer alguém se sentir mal, e que o estigma em torno da saúde mental ainda persiste. “Já existe negatividade e pressão suficientes nos esportes profissionais sem que eu precise me esforçar para procurá-las. Agora, quando leio comentários negativos, eles não me afetam, mas ainda prefiro não vê-los”, disse.

De revelação do ano a embaixador da Laureus

A relação de Bellingham com a Laureus começou em abril do ano passado, quando ele foi a Revelação Mundial do Ano na premiação da instituição, tornando-se o primeiro jogador de futebol a receber o troféu. Em setembro deste ano, o jovem foi anunciado como embaixador, com a missão de “usar o esporte para ajudar jovens a superar a violência, a discriminação e a desigualdade”.

“Como atletas, parece que temos o mundo aos nossos pés ou nas nossas mãos: podemos fazer o que quisermos, ganhar muito dinheiro e nunca sermos afetados por isso. Mas a realidade é que, se conseguirmos mostrar a nossa vulnerabilidade, isso abre um diálogo mais amplo para pessoas que lutam no escuro. É dever de pessoas como eu, e de nós que ocupamos esses cargos, sermos modelos a seguir”, concluiu o jogador.