Embalado por vitórias sobre Internacional e Atlético-MG, o Cruzeiro enfrenta o São Paulo neste sábado, 30 de agosto, às 21h, no Mineirão, pela 22ª rodada do Brasileirão. A partida será um reencontro com o adversário que simbolizou o início da mudança de rumo para o trabalho do técnico Leonardo Jardim e para o próprio time na temporada.

O ano começou de forma tumultuada, dando continuidade ao enredo do final de 2024. Fernando Diniz foi mantido, mas, com o trabalho sob questionamentos, acabou demitido na terceira rodada do Campeonato Mineiro. Ele não conseguiu fazer o time jogar, mesmo com reforços de peso como Dudu, Fabrício Bruno e Gabigol.

Leonardo Jardim assumiu o comando no início de fevereiro, já na reta final da fase classificatória do Estadual. A equipe teve um desempenho irregular no torneio, foi eliminada pelo América-MG na semifinal e também começou a Sul-Americana sem vitórias.

Com dois meses no cargo, o português começou a sentir a pressão externa, embora mantivesse a confiança da diretoria. A torcida chegou a protestar na porta da Toca, e lideranças do elenco se reuniram com Pedro Lourenço. O clima era de desconfiança total, mas foi exatamente nesse momento que a virada de chave aconteceu.

Nova fase do Cruzeiro no campeonato

O Cruzeiro havia perdido para o Mushuc Runa e se complicou na fase de grupos do torneio. Com total apoio de Pedro Lourenço e Pedro Junio, Leonardo Jardim decidiu fazer mudanças profundas para melhorar o desempenho do time.

Até aquele momento, o português tinha sete jogos no comando, com um aproveitamento de apenas 23,8% (quatro derrotas, dois empates e uma vitória). A partir do duelo com o São Paulo, a equipe de Jardim teve um desempenho impressionante: em 28 jogos, conquistou 16 vitórias, 8 empates e 4 derrotas, com um aproveitamento de 66,6%.

Diante do São Paulo, o técnico optou por realizar mudanças táticas e de jogadores, o que também alterou a forma coletiva de jogar. Cinco titulares daquele momento deixaram a equipe, com Dudu e Gabigol sendo os principais nomes, e ambos estavam entre os três maiores salários do elenco. O jogo terminou em empate de 1 a 1, mas a Raposa apresentou um crescimento no desempenho.

Além dos dois atacantes, outros três titulares considerados absolutos – William, Jonathan Jesus e Marlon – saíram do time no jogo contra o São Paulo. Matheus Henrique também ficou de fora após uma lesão na partida anterior. Com as saídas, jogadores como Fagner, Villalba, Kaiki, Lucas Silva, Christian e Kaio Jorge ganharam oportunidades e se firmaram, sendo titulares desde então.

Kaio Jorge comanda titularidade na Raposa

Entre os nomes que se destacaram, a ascensão de Kaio Jorge é a mais notável. O centroavante, que teve poucas chances no primeiro trimestre, marcou o gol do empate contra o São Paulo e não parou mais de balançar as redes.

Sem dar espaço para Gabigol, ele disputou 25 jogos desde então, marcando 18 gols e dando cinco assistências. Kaio Jorge se tornou o artilheiro do Campeonato Brasileiro com 15 gols, chegou à seleção brasileira e estará à disposição de Ancelotti para os jogos das Eliminatórias contra Chile e Bolívia.